Quando falamos em comunicação interna, muitas ações são criadas pensando em colaboradores de escritório. Ou seja, eles possuem acesso a computadores e outros canais de comunicação, facilitando uma abordagem mais digital. Porém, existe um enorme contingente de colaboradores com funções que não necessitam de computadores. Por isso, como criar ações inclusivas pensando nesse público?
De acordo com uma pesquisa da Emergence, cerca de 80% de toda a mão de obra mundial trabalha em funções que não necessitam de computadores. Isso representa 2,7 bilhões de trabalhadores, em áreas como o varejo, o transporte, a construção civil, a indústria e a assistência médica.
A dificuldade de criar uma comunicação mais efetiva com esse pessoal cria desafios pelos quais muitas empresas passam e acreditam não haver soluções. Por isso, é importante conhecer os problemas acarretados pela falta de conexão com esses colaboradores.
Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos pela Quinyx mostrou que a rotatividade é a maior dificuldade dos empregadores com grande número de colaboradores em funções braçais. Outra pesquisa da Emergence mostrou que em supermercados e em redes de fast food, a rotatividade pode chegar a 100% em apenas 1 ano.
Isso acontece porque muitos desses colaboradores enxergam suas funções como um trabalho temporário. O maior problema é que o alto turnover impacta diretamente na formação de uma cultura organizacional mais estruturada, com consequente perda de produtividade por parte da organização.
Uma pesquisa feita pela agência Tribe, em 2020, mostrou que 83% dos trabalhadores da linha de frente não possuem sequer um e-mail corporativo. E 45% deles não têm acesso nem à intranet da empresa. Por isso, ferramentas populares como Slack, Zoom e Teams podem não ser a melhor alternativa para a comunicação interna da companhia.
E de acordo com a Smarp, 74% de todos os trabalhadores acreditam que a comunicação interna de suas empresas não é muito eficiente. A questão que fica é: quantos destes nem sequer possuem acesso à intranet ou aos demais meios oficiais de comunicação da empresa? Lembre-se que a comunicação interna não passa somente por intranet ou e-mail, existem diversos outros canais que podem preencher essas lacunas.
Toda empresa gostaria de ter aquele funcionário que veste a camisa e se orgulha de fazer parte de um time. Porém, a falta de acesso a computadores pode afetar o senso de pertencimento. Ou seja, o colaborador não acredita fazer parte de uma equipe na qual cada pessoa é parte fundamental para o todo da empresa.
Isso faz com que eles absorvam menos – ou sequer absorvam – a cultura da companhia. A falha de conseguir contactar esse pessoal acarreta na dificuldade de consolidar os valores empresariais defendidos pela organização. Inclusive, 54% desses trabalhadores também acreditam que seus empregadores os veem como facilmente substituíveis, de acordo com um estudo da Igloo.
A comunicação interna é uma via de mão dupla e bidirecional. Isto é, deve comunicar as decisões dos gestores aos colaboradores, mas também deve ouvir as demandas levantadas pelos funcionários. Assim, os colaboradores se sentem mais valorizados e pertencentes à organização.
Por isso, se há uma dificuldade em entregar informações a colaboradores sem computadores, o mesmo acontece para compreender suas necessidades. Uma pesquisa da CIPD mostrou que apenas 25% dos colaboradores se sentem ouvidos dentro das organizações, o que é uma grande falha de comunicação interna.
Uma das funções da comunicação interna é a de indicar as melhores práticas de segurança dentro da companhia. Assim, a dificuldade em se comunicar de maneira eficaz aumenta o risco de acidentes e afastamentos. E esse cenário foi piorado com a pandemia, no qual os colaboradores da linha de frente estão muito mais expostos a riscos de contrair o vírus.
Uma pesquisa da EHS Today mostrou que 90% dos colaboradores acreditam que os próprios funcionários devem alertar aos outros sobre potenciais riscos. Porém, apenas 60% deles fazem isso quando enxergam alguma atividade sendo exercida irregularmente.
Apesar de 80% dos trabalhadores não estarem em escritórios, com mesas e computadores, a grande maioria das pessoas tem acesso a smartphones hoje em dia. Ou seja, ainda assim, é possível criar ações de comunicação interna que gerem o engajamento necessário para evitar os problemas causados pela falta de acesso a computadores.
Entretanto, como o celular pode não estar diretamente ligado à sua rotina de trabalho, é preciso estimular o colaborador a conferir de tempos em tempos se existe algum comunicado importante a ser lido. Além disso, é preciso garantir que todos tenham acesso à intranet ou ao Wi-Fi da empresa ou que tenham pacotes de dados caso estejam em trabalho externo.
A tecnologia móvel é uma das maiores aliadas dos gestores e dos comunicadores internos. Por isso, ela precisa ser estimulada, principalmente aproveitando o próprio comportamento dos colaboradores com os celulares. Por exemplo: aplicativos sociais e comunicadores instantâneos, como o WhatsApp, são excelentes ferramentas que podem ser utilizadas pela comunicação interna.
Também é possível investir em uma ambientação visual mais rica e informativa, principalmente nas fábricas. Além disso, a TV corporativa pode ser uma solução em lugares com um grande número de colaboradores reunidos. E, é claro, informativos impressos, por mais que estejam sendo cada vez mais substituídos, ainda podem ser muito eficientes em locais de trabalho sem computador.
A Clima Comunicação está há quase 10 anos revolucionando a comunicação interna de clientes de diferentes portes e segmentos. A agência já enfrentou o desafio de engajar colaboradores que não se sentem tão conectados com a empresa e que trabalham sem computadores.
Um exemplo foi o da Aero, a maior rede varejista franqueadora dos produtos do Grupo Boticário. São mais de 3,5 mil colaboradores com pouco acesso à cultura da empresa. Por isso, foi criada uma ação de gamificação que ajudou a engajar esses funcionários nos valores defendidos pela companhia. Confira o case do projeto, com detalhes da campanha.
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