A gamificação nas empresas é um processo que certamente você já ouviu falar. Essa estratégia ajuda no engajamento dos profissionais, fazendo com que eles fiquem mais envolvidos nas atividades e tragam resultados melhores.
A aplicação da gamificação nas empresas aumenta a cada dia. Dados de um estudo realizado pela Gartner mostram que 40% das empresas da lista Fortune 1000 já implantaram a técnica. Um relatório da Markets and Markets apresentou a expectativa de um mercado de gamificação de US$ 5 bilhões no mundo todo.
Dentro do contexto organizacional, a prática é aplicada em diversas situações: recrutamento e seleção, treinamentos, alcance de metas etc. Entretanto, a gamificação nas empresas também pode ser uma estratégia eficiente para melhorar a comunicação interna. É sobre isso que vamos falar neste post. Confira!
A gamificação, também conhecida como gamification, é o uso de técnicas de games em outros processos, fora do contexto tradicional. Podemos citar o uso de pontuações, missões, regras, desafios e conquistas como exemplos de gamificação.
É importante destacar que não se trata apenas de um jogo de entretenimento. Portanto, o termo não pode ser simplificado para a abertura de espaço para jogos recreativos no trabalho. Na verdade, o conceito se refere à aplicação de elementos e princípios de jogos para criar experiências mais eficientes e memoráveis dentro do objetivo do RH para aquela atividade.
No alcance de metas, por exemplo, podemos ver a aplicação de rankings e pontuações para indicar qual funcionário está se destacando. Com isso, você estimula uma concorrência saudável.
No recrutamento e seleção, as técnicas de gamificação fazem com que o candidato à vaga tenha uma vivência mais agradável, dedicando-se de maneira completa ao processo. Muitas empresas usam a gamificação na avaliação de competências comportamentais, afinal, ao assumir um lado mais jogador, o profissional não consegue manipular ou intelectualizar suas emoções, se apresentando com muito mais naturalidade.
A técnica também é aplicada com sucesso na relação da empresa com os clientes, como estratégia de marketing voltada ao incentivo ao relacionamento e à fidelização.
A gamificação corporativa traz consigo a necessidade de valorização da experiência dos colaboradores. Assim, as empresas entenderam que a melhor maneira de trazer resultados é tornar o engajamento algo essencial em suas equipes.
Entretanto, o engajamento não é uma obrigação do funcionário. Assim, cabe à corporação criar condições e estimular a motivação dos profissionais na realização das atividades, promovendo uma participação ativa nos processos internos.
A realidade é que grande parte das tarefas diárias é chata e repetitiva. Por isso, há um investimento de startups e grandes empresas como a Google em proporcionar espaços de relaxamento, diversão e bem-estar, para quebrar um pouco a monotonia e o peso da rotina. A gamificação ajuda a suprir essas necessidades, tornando dinâmica a realização das tarefas e estimulando a criatividade.
Um exemplo de sucesso do uso da gamificação nas empresas é o da Ford. Para incentivar o aprendizado dos funcionários, foram introduzidos os conceitos de jogos na Universidade Corporativa. Assim, foram criados treinamentos voltados para ampliar os conhecimentos sobre os modelos de carros e suas características. O resultado foi um aumento de 417% na adesão à universidade e um crescimento nas vendas.
Outro bom exemplo é o da Academia de Liderança, da Deloitte. O treinamento formal oferecido por essa gigante multinacional tinha baixa adesão. Entretanto, ele sofreu um aumento de 47% na procura depois que a gamificação foi introduzida como recurso de aprendizagem.
A gamificação corporativa traz uma série de vantagens para as empresas. Como citamos acima, sua aplicação aumenta a motivação dos profissionais, cria maior interesse na realização de tarefas e estimula o engajamento. Por isso, vamos abordar cada uma das vantagens de maneira mais detalhada:
É comum encontrarmos em empresas os funcionários trabalhando de maneira isolada, sem uma integração verdadeira. Porém, essa realidade é danosa, afinal, a organização precisa do trabalho em conjunto para que consiga alcançar suas metas.
Os jogos propostos pela gamificação nas empresas estimulam o senso de pertencimento e aproximam as pessoas, ajudando a estabelecer relações de parceria e confiança e a melhorar a percepção de valor do outro.
Nem sempre os colaboradores expõem todas as suas habilidades no ambiente de trabalho. Muitos funcionários limitam-se apenas ao que é exigido em suas funções diárias, seja por receio, timidez e até comodismo. Ou seja, essas pessoas podem esconder características importantes, como espírito de liderança, capacidade de organizar ideias e iniciativa.
A gamificação nas empresas propõe um ambiente um pouco mais descontraído. Assim, esses profissionais ficam mais à vontade e acabam exibindo essas qualidades. Além disso, eles podem ser úteis em novos cargos e consideradas dentro de um plano de carreira ou na formação de novas equipes.
Funcionários motivados geralmente estão satisfeitos com a empresa e suas condições de trabalho. A gamificação não transforma o clima e a cultura organizacionais, mas propõe um ambiente mais solto e dinâmico, fazendo com que a rotina seja mais agradável.
Com isso, a satisfação interna dos funcionários aumenta, e eles passam a apresentar uma disposição muito maior no cumprimento das obrigações. É claro que esse aumento na satisfação se reflete em índices maiores de produtividade e retenção.
A aplicação da gamificação em treinamentos favorece a compreensão e absorção de novos conceitos, fazendo com que a aprendizagem aconteça de forma orgânica. Como a prática promove um maior envolvimento do colaborador, eleva o seu nível de atenção sobre o que está sendo proposto.
Recursos como jogos de perguntas ajudam a fixar ainda mais esse conteúdo, fazendo com que o treinamento seja muito mais eficiente e produtivo.
Uma das grandes vantagens que a gamificação oferece é o feedback em tempo real tanto para participantes quanto para os facilitadores da atividade. Os jogos apresentam resultados imediatos e logo indicam em quais pontos o jogador errou.
Nas atividades de gamificação, o colaborador recebe um feedback quase instantâneo e pode entender o que precisa desenvolver para uma melhor performance. Isso pode ser feito tanto pela observação dos colegas com melhores resultados quanto pelo retorno do próprio gestor.
A gamificação combina aspectos comportamentais, técnicas de motivação e princípios de jogos para alcançar as metas — no caso, os objetivos da comunicação interna. Funciona principalmente porque propõe desafios e interação, incentivando o desempenho em busca de um reconhecimento. Basicamente, ela atinge os resultados de uma boa comunicação interna, mas de maneira envolvente e divertida.
Sabendo da importância da comunicação interna para a empresa, é possível privilegiar a gamificação entre diversas ações do RH para uma melhor interação e envolvimento dos funcionários. Essa abordagem pode ser aplicada sobre alguns pontos específicos, dos quais podemos destacar os tópicos abaixo.
A visão e cultura da empresa são parte de estrutura central, mas não valem apenas como conceitos. Elas precisam ser vivenciadas e incorporadas pelos funcionários para que tenham validade e possam impactar verdadeiramente.
Para reforçar esses conceitos, a gamificação nas empresas pode ser usada como instrumento de interação. Recompensar as equipes é uma maneira de instituir práticas de reconhecimento e celebrar o sucesso individual.
Uma das estratégias possíveis é o uso de quizzes sobre os valores da empresa por meio de uma intranet ou plataforma digital que incentive a adesão e a interatividade. A pontuação pode levar a prêmios físicos, como créditos para troca por livros na Amazon, ou apenas virtuais, mas que despertem o senso de reconhecimento e recompensa.
É uma maneira simples de relembrar e validar os conceitos que permeiam a cultura organizacional, fortalecendo-os.
Ferramentas tecnológicas são instrumentos muito presentes nas empresas e que sofrem atualizações constantes. Manter os funcionários a par dessas mudanças pode ser um desafio, e a emissão de comunicados informando sobre alterações, em muitos casos, é totalmente inútil.
Nós aprendemos melhor colocando em prática, testando e fazendo, do que acessando apenas a teoria. A gamificação surge para atender a essa necessidade, propondo o uso real de novas ferramentas ou reforçando os conceitos para usá-las.
Não é preciso reinventar a roda para propor essas experiências. Um exemplo simples é retomar o velho jogo de caça ao tesouro para guiar o funcionário em um tour sobre uma nova plataforma de trabalho, apresentando as novas funções e estimulando-as em uma simulação de uso. Essa é uma boa solução de uso da gamificação para o aprendizado de uma ferramenta diferente.
A baixa adesão é um dos maiores problemas das iniciativas de comunicação interna, realidade totalmente desanimadora e que gera a sensação de que essa comunicação é inútil. No entanto, é preciso criar soluções para driblar os problemas e promover um maior interesse, em vez de abandonar uma prática tão importante.
Uma estratégia interessante e que aproveita a gamificação é oferecer selos ou certificados para estimular o envolvimento ativo dos colaboradores nas diversas atividades. Assim, os funcionários que participam de maneira mais dedicada, propõem soluções ou têm uma atuação diferenciada obtêm esse reconhecimento, estimulando a participação dos outros.
Uma das aplicações mais comuns da gamificação é no reforço do valor da marca para os clientes. Ou seja, essa mesma estratégia pode ser aplicada internamente, como um esforço de endomarketing na transformação de funcionários em defensores da empresa.
Painéis individuais podem ser criados para acompanhar os resultados dos funcionários, seja em metas alcançadas, seja em índices de produtividade ou até mesmo em retornos de clientes. Assim, essas aplicações incentivam o colaborador a ir além dos reconhecimentos financeiros, buscando valores pessoais como reconhecimento, status e apreciação.
A aplicação da gamificação deve seguir um planejamento bem estruturado. Afinal, seu uso sem um objetivo definido não traz nenhum resultado concreto. É preciso entender o ponto de partida e aonde se pretende chegar para que a gamificação seja eficiente para a comunicação interna.
Esse planejamento pode seguir 7 passos principais:
O primeiro ponto é identificar qual problema a aplicação da gamificação pretende resolver. Se a empresa percebeu uma baixa na produtividade, aumento no absenteísmo ou erros recorrentes no uso de determinada ferramenta, é hora de fazer uma análise mais profunda e perceber se a melhora na comunicação interna pode resolver a questão.
Essa avaliação pode ser feita por meio de entrevistas com colaboradores, afinal, eles estão diretamente ligados aos processos e conseguem enxergar com clareza os principais problemas.
Sabendo qual é a questão a ser trabalhada, é hora de definir o ponto de chegada para a intervenção. Os objetivos podem ser os já citados anteriormente, como reforçar a cultura organizacional, criar uma maior interação entre funcionários e equipes, facilitar o aprendizado, aumentar o engajamento, ou um objetivo específico da sua empresa.
Outro ponto a ser determinado são as métricas que serão usadas para mensurar a eficiência do game. Conhecendo o objetivo, os organizadores devem identificar quais pontos serão levados em consideração para aferir se o jogo realmente trouxe os resultados esperados na realidade da organização, como um aumento de produtividade, maior rapidez no desenvolvimento de projetos, entre outros.
A terceira etapa consiste em definir como é o seu público-alvo. Afinal, desenhar uma estratégia que depende da adesão de pessoas para que seja bem-sucedida passa, obrigatoriamente, por conhecer essa persona, suas preferências, hábitos e problemas.
Faça um estudo das características dos seus funcionários e de que tipo de entretenimento consomem. Naturalmente, surgirão várias nuances nesse estudo, principalmente em empresas que prezam pela diversidade, mas procure estabelecer um perfil majoritário, para que a estratégia alcance o máximo de pessoas possível.
Entender melhor as necessidades e características dos funcionários permite a estruturação de um jogo que realmente desperte o interesse e a aceitação.
Após a compreensão do problema, dos objetivos e da persona, é hora de identificar qual jogo vai cumprir o papel de maneira eficiente. Um brainstorm pode ajudar na obtenção de ideias e sugestões, com um resultado que pode até mesmo mesclar características de diferentes jogos.
Considere a rotina e as atividades exercidas pelo funcionário para criar uma proposta que tenha relação com suas práticas diárias. O estudo prévio da persona também auxilia na construção de narrativas capazes de envolver os funcionários.
Usar ferramentas digitais não é condição essencial para aplicar a gamificação na sua empresa. Algumas técnicas podem trabalhar com tabuleiros, pontuações, perguntas e respostas ou até mesmo dinâmicas simples.
Porém, softwares e plataformas ajudam a estruturar e, principalmente, medir os resultados. Esses recursos podem fornecer relatórios instantâneos de desempenho e dados que facilitam insights e decisões.
Avalie a disponibilidade da TI, os custos envolvidos e o tempo necessário para a adaptação dessas ferramentas. Em alguns casos, pode ser bastante recompensador optar por esses instrumentos para facilitar a aplicação de técnicas de gamificação, seja para objetivos de comunicação interna, seja para outros, quaisquer que sejam.
Após a aplicação do game, chega a hora de perceber se ele foi bem recebido. A intenção é compreender se os funcionários conseguiram realmente se envolver na atividade e fornecer respostas honestas durante o processo. Você pode aplicar pesquisas e testes para medir a aceitação dos jogos.
A mensuração não é restrita apenas à aceitação do game, mas também aos resultados diretos na empresa. É nesse momento em que você vai retomar os objetivos e métricas definidos no começo do planejamento, comparar resultados e avaliar se a estratégia foi eficiente.
Por isso, é importante que a avaliação do problema seja feita detalhadamente. Somente com dados concretos, é possível fazer uma comparação posterior segura e consciente.
A gamificação não é uma técnica fixa. Justamente por seu caráter dinâmico e criativo, a estratégia e os games podem ser analisados e ajustados sempre que necessário. Então, não esqueça de avaliar a comunicação interna antes e de definir os objetivos, pois apenas com esses pontos de partida é possível alinhar a técnica às necessidades da empresa.
Após mensurar a participação, o engajamento e os impactos da aplicação de jogos, você pode identificar os pontos fracos e fazer ajustes. Novamente, o feedback dos colaboradores é importantíssimo nessa etapa.
Além do alinhamento dos resultados com os objetivos, se você optar por games digitais, vai ter os resultados praticamente em tempo real. Essas informações são mensuráveis de maneira quantitativa, dando um quadro bem claro da adesão e do índice de acertos.
Outros aspectos também podem ser medidos numericamente, como o uso de softwares da maneira correta. Conheça os demais aspectos que podem ser considerados para avaliar os resultados da gamificação.
A competição entre equipes e os resultados nos games revelam informações importantes sobre a personalidade e o comportamento dos colaboradores diante dos desafios. Esse tipo de informação pode ser reforçado com uma avaliação de desempenho e usado em feedbacks ou na estruturação do planejamento de carreira individual.
A melhor maneira de entender o sucesso do game é saber o quanto ele foi compartilhado ou comentado entre os funcionários. Avaliar o buzz provocado pela iniciativa dá uma boa margem de compreensão sobre o quanto ela foi aceita e se foi prazerosa.
Os funcionários demonstram mais motivação e envolvimento nas atividades? As equipes estão com um melhor diálogo entre si, formando um conjunto coeso e voltado para os objetivos da empresa?
Essa mudança pode ser percebida no clima organizacional, com uma observação atenta do gestor direto tanto no desenvolvimento dos projetos, quanto na qualidade e eficiência de entrega.
A comunicação existe em qualquer empresa, com maior ou menor grau de qualidade. Quando se trata de comunicação interna, ela não deve partir apenas da empresa para os colaboradores. É preciso que ela aconteça como uma via de mão dupla, com canais para sugestões dos funcionários.
Após a gamificação, um dos indícios para mensurar o seu sucesso é se a participação dos profissionais em tentativas de inovação e tomadas de decisão aumentou.
Outro ponto importante para mensuração da estratégia é perceber se a propagação de boatos ou informações incorretas diminuiu, principalmente no conteúdo focado durante a gamificação.
Após o jogo, os funcionários entenderam os pontos apresentados e onde erraram? Eles tiveram uma compreensão maior do seu papel na empresa e do seu grau de conhecimento? Uma das vantagens mais interessantes da gamificação é o feedback imediato (lembra-se das estrelinhas ou moedinhas brilhantes dos jogos de videogame?).
Quando o colaborador sai do jogo sem entender exatamente se alcançou os objetivos, é preciso repensar a estratégia e, principalmente, a narrativa escolhida. Afinal, um bom game é simples e fácil de entender sem deixar de ser desafiador.
Uma das funções da gamificação que citamos acima na comunicação interna é o reforço da cultura organizacional, que é difundida e fortalecida por meio das vivências diárias dentro da empresa.
Assim, avaliar se houve uma mudança de postura dos colaboradores em busca do alinhamento ao que é esperado pela empresa é uma excelente métrica para mensurar a eficiência da estratégia e do game escolhidos.
A produtividade, o absenteísmo, a rotatividade, a qualidade de entrega ― todos esses pontos são levados em consideração pelas empresas na hora de avaliar o seu próprio desempenho e também a performance individual de cada profissional.
Esses índices podem ser comparados antes e depois da aplicação de games, para a compreensão do impacto das estratégias no quadro geral. Afinal, valeu a pena promover a gamificação de processos? Tais números também ajudam na avaliação do retorno sobre os investimentos na aplicação de jogos.
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Neste post, trouxemos um quadro completo de como funciona a gamificação nas empresas, como ela impacta a sua empresa e, principalmente, como ela pode auxiliar na comunicação interna. Lembre-se de que a valorização dos funcionários é um ponto importante, e quanto mais ações de engajamento a organização puder promover, melhor. Afinal, as técnicas de gamificação são excelentes para aumentar esse envolvimento.
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