7 tendências da comunicação interna em 2021

O ano passado trouxe desafios inéditos às organizações: a crise sanitária global e sua consequente crise econômica fizeram com que as decisões precisassem ser tomadas de uma hora para outra. Assim, o planejamento estratégico, traçado no ano anterior, acabou sofrendo alterações bruscas e extremamente rápidas.

A situação não mudou drasticamente com a virada do ano, com o mundo ainda à espera da vacinação em massa para retomar a normalidade pré-pandemia. Enquanto isso, é preciso se adaptar às novas rotinas e aprender com os ensinamentos do ano passado.

Dessa maneira, alguns especialistas apontam as tendências da comunicação interna para 2021. A área é cada vez mais fundamental dentro das empresas e precisa se adaptar à atual realidade para gerar bons resultados. Por isso, continue a leitura para saber o que estará no foco das tomadas de decisões durante este ano.

Tendências da comunicação interna em 2021:

1. A sustentabilidade

O ano será de busca pela retomada econômica e será pautado por temas como geração de empregos e igualdade de gênero. Além destes, a sustentabilidade também estará no topo da lista da maioria dos principais líderes, que buscam uma “recuperação verde” da economia, isto é, priorizando ações que não tenham impacto negativo nas mudanças climáticas.

Nesse cenário, uma pesquisa da Unily mostrou que 65% das pessoas estariam mais dispostas a trabalhar em uma empresa com uma grande responsabilidade ambiental. Além disso, 57% dos trabalhadores gostariam de ter mais informações sobre as políticas ambientais da empresa em que trabalham. Ou seja, há uma preocupação em todos os níveis de ser uma empresa amiga do meio ambiente.

Assim, a comunicação interna serve como peça fundamental para divulgar as ações tomadas pelos gestores. A C.I. também pode fomentar a educação dos colaboradores sobre questões ambientais, sugerindo boas práticas de atuação em prol do meio ambiente, principalmente dentro do local de trabalho.

2. O bem-estar dos colaboradores

A pandemia da covid-19 tem grande impacto na saúde pública, mesmo que indiretamente, como pressões psicológicas que podem afetar a saúde mental das pessoas. Uma pesquisa do Instituto Korn Ferry mostrou que, no meio do ano passado, 73% dos profissionais estavam se sentindo exaustos, com 35% assumindo que a situação da covid intensificou esse sentimento.

Como se sabe, a pandemia ainda está longe de acabar. As expectativas mais otimistas dão conta de que apenas em 2022 será completada a vacinação da população. Por isso, as medidas de segurança continuam durante este ano, com as empresas e os colaboradores tendo que se adaptar a essa realidade.

A comunicação interna deverá atuar para informar e ouvir os colaboradores. Abrir um canal de feedback é importante, bem como o incentivo para que os funcionários contem suas angústias e busquem junto com os gestores a melhor maneira de lidar com elas. O bem-estar dos funcionários deve ser um esforço coletivo dos líderes, dos recursos humanos e da comunicação interna.

3. A necessidade de relatórios

Ainda hoje, a comunicação interna precisa reafirmar a sua importância dentro das organizações. Os profissionais que trabalham com isso compreendem a necessidade de uma boa intermediação entre líderes e colaboradores, mas a gerência muitas vezes ainda torce o nariz para essa área.

Uma maneira de provar sua necessidade é através de bons relatórios de resultados. As métricas continuam subvalorizadas mesmo pelos profissionais da comunicação interna, que precisam cada vez mais se atentar aos números. Uma pesquisa do Instituto de Comunicação Interna, do Reino Unido, mostrou que apenas metade dos profissionais apresenta relatórios para os líderes e que 43% não usa as métricas para as tomadas de decisões.

Ou seja, é preciso trabalhar na elaboração de relatórios a fim de otimizar as ações e aproveitar as oportunidades. Com orçamentos cada vez menores para a comunicação interna, a área precisa se adequar e traçar planos consistentes para o melhor aproveitamento dos recursos – e isso só é conseguido através de análises métricas, que são uma das tendências. 

4. O uso da inteligência artificial

Quando se fala em inteligência artificial (I.A.), muitos logo remetem a robôs futuristas. Entretanto, a tecnologia está cada vez mais acessível e aplicável aos ambientes de trabalho. Por isso, a comunicação interna pode se beneficiar de diversos recursos inteligentes que podem facilitar as tomadas de decisões.

São várias as aplicações para as I.A.s, tais como chatbots, otimização de trabalhos repetitivos dos recursos humanos, coleta de dados, criação de campanhas de C.I. e muito mais. Alguns profissionais inclusive estão usando as inteligências artificiais para medir a satisfação em tempo real dos colaboradores, agilizando as tomadas de decisões que se fizerem necessárias.

5. A mudança na hierarquia da comunicação

Até pouco tempo atrás, os líderes tomavam as decisões e as comunicavam aos colaboradores. Essa hierarquia vertical, de cima para baixo, está cada vez mais em desuso, abrindo espaço para uma participação maior dos colaboradores nas tomadas de decisões.

A comunicação bilateral está sendo cada vez mais valorizada. Nela, os funcionários podem falar sobre o que sentem e o que desejam diretamente aos líderes, permitindo que estes estejam muito mais conscientes das reais demandas de seus colaboradores. Isso também aumenta o sentimento de pertencimento dentro da organização, ampliando a satisfação dos funcionários.

Essa mudança de direcionamento hierárquico influi diretamente no papel do comunicador interno, que precisa criar campanhas de incentivo dos colaboradores nos canais de feedback. Além disso, a C.I. precisa dar respostas satisfatórias às demandas ouvidas dos colaboradores.

6. O investimento em novos formatos

A comunicação interna possui cada vez mais ferramentas para transmitir as informações. E 2021 chega com tendências de uma comunicação interna midiática maior, com vídeos e podcasts em primeiro plano. A questão é que esses formatos costumam gerar receio em profissionais que ainda não começaram a adaptar seus conteúdos para essas linguagens, mas isso não precisa ser um bicho de sete cabeças.

Os youtubers mostraram que não é preciso ter o melhor equipamento para conseguir o maior engajamento: o foco principal é o conteúdo. Por isso, não tenha medo de colocar uma câmera ou celular na cara e gravar o que você quer transmitir. Inclusive, essa produção mais “caseira” pode até mesmo gerar uma identificação maior e aumentar o engajamento.

Entretanto, uma produção amadora não precisa ser desleixada. Pesquise o que for falar, ensaie o assunto para ele ser transmitido com naturalidade e tenha certeza de que os resultados virão. Também é possível pensar em uma série de conteúdos mais curtos, a fim de garantir o consumo imediato por parte dos colaboradores. Aproveite 2021 para ser ousado e explorar as novidades!

7. A capacitação dos profissionais da linha de frente

Em 2020, os trabalhadores da linha de frente estavam no olho do furacão e viraram o centro das atenções. Com o mundo parado, coube aos médicos, enfermeiros, motoristas, entregadores, caminhoneiros etc. manterem as atividades básicas em funcionamento.

Entretanto, ficou claro a falta de capacitação de muitos desses profissionais. Um relatório da Harvard Business Review mostrou que 72% dos trabalhadores acreditam que a produtividade aumentou após a capacitação dos colaboradores da linha de frente. Além disso, 86% acreditam que esses profissionais precisam de insights tecnológicos para as tomadas de decisões.

Por isso, cabe à comunicação interna a capacitação digital dos profissionais da linha de frente. Dessa maneira, as decisões tomadas pelos líderes e gestores podem chegar mais instantaneamente a todos os profissionais, principalmente aqueles que não podem executar suas tarefas em home office, por exemplo, e precisam continuar se expondo aos riscos da pandemia.

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